Nunca pensei que faria uma amizade relâmpago (literalmente) em aviões. Sempre lia essas histórias em revistas, contos, crônicas e achava que era só mais um arranjo de situações pra parecer legal. Ou sei lá, acontece mesmo, eu acho. Mas não comigo, e em um dia tão triste. Lenga-legas a parte, vamos a ela:
- Assento A é janela, né?
- É, janela.
(...)
- Tá um barulhão, né?
- É, um pouco estranho mesmo.
Atenção senhores passageiros, passaremos por um leve turbulência mais a frente. Yann Tiersen no mp4. Forte aperto na minha mão. Relâmpago. Tremedeira. Mais aperto. Coloquei minha mão gelada em cima da dela:
- Me ajuda, eu tô com medo.
- Calma, já vai passar.
- Ainda bem que você tá aqui comigo.
(...)
- Passou.
- Passou.
- Obrigada.
- De nada.
Não sei o nome dela, de verdade. Não é pra parecer mais poético nem nada. Sei que ela é casada há dois anos, dentista, uma filha, trabalha com saúde indígena, viaja uma vez por mês. Me deu um abraço e desejou boa sorte no vestibular. Ainda bem que você tá aqui comigo.
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